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"Trabalhar na terra é minha vida" diz mulher santananese que aumentou renda vendendo verduras

Marlene há 15 anos tem se dedicado ao plantio e venda de verduras e legumes.
Paula Monise - 22/03/2017
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3273f260829421f582756970c7d9.jpg Marlene Isabel da Rocha ganhou sua independência financeira no lar vendendo verduras.
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Dando continuidade a série de matérias que prestam homenagens às mulheres santanenses, sinônimo de determinação, fé, humildade e trabalho, apresentaremos nesta edição a história de Marlene Isabel da Rocha. Uma mulher que deveria ser referenciada com ‘H maiúsculo’. Sexo frágil? Haaa esta é uma adjetivação que não a define.

Marlene Isabel da Rocha, de 38 anos, esposa, mãe de dois filhos, avó, divide as tarefas domésticas, o domínio do fogão, com uma segunda atividade – o cultivo e venda de verduras. Legumes e verduras é mesmo a ‘praia’ de Marlene. Há 15 anos ela tem se dedicado incansavelmente a esta prática agrícola que se tornou não apenas um negócio para aumentar a renda familiar, mas o marco de sua independência financeira.

E num tem aquele ditado que em todo começo existe alguém para dar um empurrãozinho? Na vida de Marlene esta pessoa foi o seu sogro, Antônio Cassiano [in memorian] que não apenas lhe cedeu a terra para iniciar o plantio das verduras, mas foi seu grande incentivador.

 “Era somente agricultora, foi quando Tio Toinho [Antônio Cassiano] comprou esta propriedade e nos incentivou a vender verdura. Desde então, a renda financeira da gente melhorou bastante. Se não fosse aqui eu não tinha renda, hoje me sustento do meu próprio suor”, afirmou a verdureira que não vê nenhum tipo de inferioridade ao ser chamada assim.

O pontapé foi dado. A propriedade passou a ser chamada de Rocinha. Marlene e parte dos filhos de Antônio Cassiano iniciaram o plantio do coentro, cebolinha, alface, tomate, pimentão, entre outros legumes, e passaram a vender de porta em porta, estratégia comercial da venda direta que ela mantem até hoje. Os produtos fresquinhos, sem agrotóxicos são entregues aos sábados nas comunidades rurais de Lagoa dos Marcelinos, Cancão e Lagoa Seca.

                    Rocinha

Aos poucos o pedaço de terra plantado foi sendo ampliado e o retorno financeiro começou a chegar. Marlene relata que com o dinheiro da verdura conseguiu comprar eletrodomésticos, móveis para a casa. No entanto segundo ela, a maior alegria obtida com tais recursos tem sido contribuir com a Igreja e ajudar campanhas solidárias.

“Minha maior alegria é poder doar o meu dízimo na Igreja. Além disso, me sinto realizada quando sou procurada por alguém necessita e consigo fazer uma doação ainda que mínima”, frisou.

Trabalho é cansativo

A lida da verdura não é uma atividade que exige força, porém se mostra esgotante devido o grande tempo de exposição ao sol. Marlene diz que para driblar esta realidade utiliza roupas longas e bastante filtro solar.

“O trabalho em si não é pesado. Mas o sol é cansativo, hoje não estou totalmente coberta, mas costumo vir com um chapéu, roupas compridas e uso bastante filtro solar”, disse Marlene.

Escoamento e diversidade da produção

No tempo de colheita em que a produção aumenta, Marlene explica que os legumes também são vendidos aos feirantes da cidade de Picos.

Outra estratégia adotada por ela no período de verão é o plantio de milho e feijão, onde a safra dos agricultores do município já foi praticamente encerrada. Para a mesma, as vendas aumentam bastante nesta época. 

“No verão plantamos milho e feijão que é quando termina a safra. Outra atividade que temos feito é a goma e farinha da macaxeira”, concluiu.

A Prefeitura de Santana do Piauí parabeniza Marlene Isabel da Rocha, assim como valoriza a mulher santanense.